sexta-feira, 14 de novembro de 2025

O que o Inktober 2025 me ensinou sobre criar 31 desenhos em 31 dias

  
Dia 27 - Onion



Pequenas estratégias que tornaram o Inktober 2025 um dos meus Inktobers favoritos =)

Depois de alguns meses criando arte digital e desenhando com aquarela e lápis de cor, foi muito bom voltar a usar nanquim! Posso dizer, sem sombra de dúvida, que o nanquim é a minha mídia favorita! Acho o resultado dos desenhos muito interessante: repletos de contraste, luz e sombra. Eu simplesmente adoro o resultado!

Posso dizer que foi muito bom ter participado do Inktober 2025. Alguns dias foram um pouco mais difíceis do que outros, mas, no geral, eu me diverti bastante durante todo o processo. O que eu mais gosto no Inktober é o fato de poder deixar a criatividade fluir e desenhar livremente de acordo com o tema de cada dia. Além de ativar a minha criatividade, ao final de cada Inktober, eu sinto que o meu traço fica muito mais fluido. Mesmo com todo o desafio que existe em se propor a desenhar 31 desenhos em 31 dias, eu sempre acho que vale a pena participar. Mesmo nos anos em que não terminei o desafio, senti que valeu a pena ter participado.


Dia 13 - Drink


Me divertir, não levar tudo muito a sério e me organizar um pouquinho foram fatores determinantes para terminar o desafio. Pela primeira vez, pensei em um desenho de cada vez, e não em quantos desenhos faltavam para acabar. Essa nova forma de ver o Inktober permitiu que todo o processo fosse muito mais tranquilo. Todos os dias, pela manhã, eu desenhava o desenho do dia. Quando terminava, olhava o tema do dia seguinte e fazia um breve rascunho. Em alguns dias, desenhei mais de um desenho — e isso foi ótimo, pois, nos dias em que não consegui desenhar, eu já tinha alguns prontos, o que evitou aquela sensação de estar “atrasada” durante o processo.

Antes de terminar este post, separei algumas dicas para você que queira participar dos próximos Inktobers!

A minha principal dica é se organizar. Procure o melhor horário para você e tente fazer um desenho por dia. Se a sua criatividade estiver em alta, aproveite e faça mais um desenho — ou apenas adiante o do próximo dia. Adiantar alguns desenhos é muito útil para aqueles dias em que você não consegue desenhar. Assim, com alguns trabalhos adiantados, você não perde o ritmo e se sente motivado(a) a continuar.


Dia 2 - Weave


Naqueles dias em que você não tiver nenhuma ideia para o seu desenho, apenas respire fundo e foque em praticar alguma técnica que queira aperfeiçoar. Eu tive esse problema logo no começo do desafio, no dia 2. Estava sem inspiração sobre o que desenhar, então foquei em seguir o caminho mais simples: fiz um desenho relacionado ao tema e pratiquei texturas — técnica que eu queria desenvolver. E acabou dando tudo certo!

Outra dica muito importante para mim é não se comparar com outros artistas. Uma parte muito legal de participar do Inktober é conhecer o trabalho de outras pessoas e observar como diferentes artistas têm ideias distintas sobre o mesmo tema. Nesse processo, é fundamental focarmos no nosso próprio caminho criativo e evitar comparações. A comparação mina a criatividade, e o objetivo de tudo isso é criar. Por isso, desenhe, se inspire e divirta-se!

Até a próxima,

Thaís Melo

 

Para saber mais:

Inktober site oficial

Veja todos os meus desenhos do Inktober 2025

Material que eu usei no Inktober 2025 (Amazon.com.br)

Conjunto de caneta Pentel 
Caneta em gel branca Sakura 
Lápis Fabber-Castell 
Borracha Faber-Castell 
Apontador Faber-Castell 
Prancheta 
Transferidor 
Tinta Ink 
Papel A4 
Pincel 


quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Aquarela - Parte I - Um Guia Básico com Técnicas, Dicas e Mitos Desvendados

 

O processo do desenho O jardim feito com aquarela, nanquim e lápis de cor

Como não se encantar pela aquarela?!

Além de ser uma forma de pintura lúdica, ela é também um material muito versátil. Você pode usá-la de diversas formas: mais seca e concentrada ou com muita água; apenas a aquarela ou combinada com outras técnicas de pintura. Mas, independentemente da forma como você a utiliza, no post de hoje eu vou contar um pouquinho sobre como uso a aquarela nos meus desenhos e desmistificar alguns "mitos" sobre essa técnica tão especial.


O que é a aquarela?

Aquarela é uma técnica em que se mistura água com tinta própria para criar pinturas e desenhos. Diferentemente da tinta a óleo, por exemplo, que exige solventes para ser diluída, na aquarela você só precisa de água limpa para diluí-la e criar diversos efeitos no papel.


Quais as principais técnicas usadas na aquarela? Wet to Dry e Wet to Wet

Existem diversas formas de trabalhar com a aquarela, e cada artista desenvolve sua própria técnica. No entanto, há dois conceitos básicos que influenciam bastante as escolhas: Wet to Dry e Wet to Wet.

Esses conceitos dizem respeito à quantidade de água usada e, principalmente, se o papel estará molhado ou seco durante a pintura. Como o próprio nome sugere:


Wet to Dry (molhado para seco): você pinta com o papel seco.

Wet to Wet (molhado para molhado): a aquarela é aplicada no papel previamente molhado.


A principal diferença está no controle que você tem durante a pintura e no resultado que deseja alcançar.

Se você é iniciante, sugiro começar com a técnica Wet to Dry. Como o papel está seco, é mais fácil controlar as áreas a serem pintadas. Quando o papel está molhado, a aquarela se torna mais "dinâmica", o que pode ser desafiador no início, resultando em cores misturadas e um aspecto confuso. Conforme você ganha confiança, a técnica Wet to Wet pode criar efeitos belíssimos!

Eu, particularmente, prefiro usar Wet to Dry, pois gosto de ter mais controle sobre o desenho, o que combina mais com o meu estilo de colorir. Mas isso não me impede de experimentar e me divertir com Wet to Wet. 😉


Os 3 principais "mitos" da aquarela


Mito número 1 - Eu preciso usar papel de aquarela para pintar?

Sim, o papel de aquarela é necessário, pois suporta a quantidade de água utilizada nessa técnica. Papéis comuns tendem a rasgar ou deformar ao secar.

Se você usar a técnica Wet to Dry e pouca água, pode até utilizar um papel de desenho, mas as chances de deformação são altas. Como blocos de papel para aquarela costumam ser mais caros, sugiro começar com desenhos menores, cortando as folhas ao meio. Assim, em vez de 12 folhas (normalmente a quantidade em um bloco), você terá 24!

Mito número 2 - Não se usa a cor preta em pinturas com aquarela.

Depende. Isso varia conforme o estilo e a abordagem do artista. Eu, por exemplo, uso bastante preto para sombreamento, pois ele dá dimensão aos meus desenhos. Porém, é uma cor que exige cuidado: por ser mais escura, pode manchar o desenho se usada em excesso. Comece com leves camadas e teste em um pedaço de papel antes de aplicá-la. Outra dica é misturá-la com outros tons para escurecê-los, em vez de usar o preto puro.

Mito número 3 - Não é preciso esperar a pintura secar para criar mais camadas.

Mentira! Para obter os melhores resultados, o ideal é esperar o papel secar completamente entre as camadas. Caso contrário, o desenho pode manchar.

Pinte uma camada e deixe secar. Algumas pessoas usam secador de cabelo, mas eu prefiro deixar secar naturalmente. Quanto mais água for utilizada, maior deve ser o intervalo de secagem.

Para saber se o papel está seco, toque-o com os dedos (frente e verso). Se sentir que ele está frio, ainda há umidade, mesmo que pareça seco. Esse cuidado evita manchas e mantém a qualidade da pintura.

Por hoje é isso! Espero que essas dicas te ajudem a aprimorar sua técnica com aquarela. No próximo post, falarei sobre como uso lápis de cor para dar mais destaque aos meus desenhos com aquarela.

Até a próxima!



quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Como Desenvolvi Meu Processo Criativo em Arte Digital: Dicas para Iniciantes no Inkscape

Arte Digital criado no Inkscape


Criar arte digital é algo completamente novo para mim. Comecei essa jornada no final de 2022, e agora, quase dois anos depois, decidi compartilhar um pouco sobre o meu processo e o que aprendi ao longo do caminho.


Por que Eu Decidi Criar Arte Digital?

Tudo começou com a curiosidade. Eu sempre desenhei no formato tradicional, então imaginei como seria criar arte digitalmente. Como seria o processo de colorir sem usar tinta, mas sim ferramentas digitais? No início, foi difícil, como qualquer coisa nova, mas logo que encontrei as ferramentas certas, o processo se tornou muito mais simples e divertido!


Desenho no papel feito com caneta


A Diferença entre Desenho Tradicional e Digital

Para mim, a grande diferença entre o desenho tradicional e o digital está na forma de “pensar” as etapas do desenho. No formato tradicional, foco na criação de texturas; já no digital, penso em “camadas”. Essa abordagem em camadas me ajudou a criar um processo funcional que mantém a minha identidade visual, mesmo em formato digital.


Manter essa identidade visual foi fundamental para mim. Como gosto muito de trabalhar com linhas, busquei uma ferramenta que mantivesse meu traço e foi assim que conheci o Inkscape.


Por Que Escolhi o Inkscape?

Eu logo percebi que precisava de uma ferramenta que se adaptasse às minhas necessidades, independentemente do que a maioria das pessoas utilizavam. Embora o Photoshop e o Adobe Illustrator sejam os favoritos de muitos artistas digitais, esses programas não eram ideais para mim, especialmente porque uso Linux há anos. Encontrei o que precisava no Inkscape, uma ferramenta open-source que me permitiu manter meu traço e explorar possibilidades de forma simples e prática. Ainda uso o Krita para detalhes ou criações de estampas (rapport), mas o Inkscape é minha principal ferramenta para criar e colorir arte digital.


Como Funciona o Meu Processo?

Mesmo na arte digital, começo o processo com um esboço tradicional feito à mão. Após finalizar o contorno no papel, escaneio e edito a imagem no GIMP, um software open-source que já uso há anos para editar imagens. Com o GIMP, consigo ajustar o contraste das linhas e preparar o esboço para o próximo passo.


Depois da imagem ajustada, abro-a no Inkscape e a transformo em vetor. Em vez de vetorizar manualmente, utilizo a ferramenta automática de vetorização do Inkscape, que preserva meu traço e simplifica o processo. Após a vetorização, vem a parte divertida: colorir! Como já mencionei, penso nas cores em camadas, adicionando tons base, sombras e detalhes gradualmente. Com o tempo, aprendi a usar ferramentas de luz e transparência que proporcionam um acabamento especial ao trabalho.


E é assim que crio minhas artes digitais! Surpreendentemente, essa prática influenciou até meus desenhos tradicionais, pois, antes, eu usava poucas cores, mas hoje, a cor é parte essencial do meu trabalho ;)


Até a próxima!

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Como Participar do Inktober de Forma Leve: Dicas e A minha Experiência no Inktober 2024

Inktober 2024 - Dia 7 - Passport


Outubro sempre é um mês movimentado para mim. Além de começarmos a pensar no fim do ano que já está à nossa porta, temos o Inktober. Para mim, o Inktober, apesar de ser um grande desafio (afinal, desenhar 31 ilustrações em 31 dias não é fácil!), é também uma oportunidade incrível para exercitar a criatividade.

Nos últimos anos, para evitar a sensação de "pressão" que pode surgir em desafios desse tipo, tenho participado do Inktober de uma forma mais leve. Em vez de me obrigar a desenhar todos os dias, faço os desenhos conforme meu ritmo, sem o compromisso de completar os 31 dias.

Com essa abordagem mais tranquila, o Inktober se torna uma experiência super agradável e divertida. E, no final, consigo criar ilustrações das quais realmente gosto! Em breve, planejo digitalizar e colorir esses desenhos para compartilhar em plataformas como Colab55 e Redbubble, espalhando minha arte pelo mundo ;)

Postei todo o resultado do meu Inktober no Instagram e, abaixo, selecionei meus favoritos de 2024!


Inktober 2024 - Dia 8 - Hike



Inktober 2024 - Dia 9 - Sun



Inktober 2024 - Dia 12 - Remote

E você? Participou do Inktober este ano?

Uma semana cheia de criatividade para todos!

Para saber mais: 

Inktober



quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Voltando à Arte Tradicional: Minha Experiência com Desenhos em Tamanho A3

Ilustração A Floresta


Depois de cerca de um ano me dedicando à arte digital, decidi voltar a fazer arte tradicional — e, desta vez, criei desenhos em tamanhos maiores!

Foi a primeira vez que trabalhei em um desenho no tamanho A3, e posso dizer que foi um verdadeiro desafio. A dificuldade não estava apenas no tamanho do papel, mas também no tempo necessário para finalizar a obra. Se antes, com o tamanho A4, eu levava alguns dias para completar o processo (rascunho, contorno, pintura e cores), desta vez, precisei de quase um mês para finalizar cada etapa!



Detalhes - Lápis de cor + Aquarela + Pastel a óleo


Na prática, percebi que enquanto em desenhos menores preciso ser mais concisa nas ideias, uma folha A3 oferece mais possibilidades. Por isso, dediquei muito mais tempo ao rascunho, buscando elementos que enriqueceriam a composição. Escolhi como tema cogumelos e plantas com um toque surreal e fantasioso. A ideia era criar um fundo em nanquim, com cores contrastantes e detalhes em branco para dar luminosidade ao desenho.

Neste trabalho, aproveitei para experimentar cores com três materiais diferentes: aquarela, lápis de cor e pastel a óleo. Usei a aquarela como cor de fundo, bem diluída, para um tom suave e menos saturado. Em seguida, o lápis de cor trouxe mais sombra e profundidade. Já o pastel a óleo foi aplicado pontualmente, trazendo brilho em algumas áreas e criando sombras esfumadas atrás de certos elementos. Finalizei com caneta em gel branca para pequenos detalhes e brilhos.



Cogumelos! A minha parte favorita =)


Minha parte favorita foi incorporar o preto nos detalhes! Após finalizar as cores, usei lápis preto esfumado em diversas áreas para criar sombras e dar mais profundidade ao desenho. Eu amo usar preto nas minhas obras pelo contraste e pela profundidade que ele pode adicionar, especialmente quando aplicado sobre outras cores. Foi uma experiência incrível — e sim, que venham mais desenhos em tamanhos maiores!

Até a próxima,

Thaís Melo