![]() |
O processo do desenho O jardim feito com aquarela, nanquim e lápis de cor |
Como não se encantar pela aquarela?!
Além de ser uma forma de pintura lúdica, ela é também um material muito versátil. Você pode usá-la de diversas formas: mais seca e concentrada ou com muita água; apenas a aquarela ou combinada com outras técnicas de pintura. Mas, independentemente da forma como você a utiliza, no post de hoje eu vou contar um pouquinho sobre como uso a aquarela nos meus desenhos e desmistificar alguns "mitos" sobre essa técnica tão especial.
O que é a aquarela?
Aquarela é uma técnica em que se mistura água com tinta própria para criar pinturas e desenhos. Diferentemente da tinta a óleo, por exemplo, que exige solventes para ser diluída, na aquarela você só precisa de água limpa para diluí-la e criar diversos efeitos no papel.
Quais as principais técnicas usadas na aquarela? Wet to Dry e Wet to Wet
Existem diversas formas de trabalhar com a aquarela, e cada artista desenvolve sua própria técnica. No entanto, há dois conceitos básicos que influenciam bastante as escolhas: Wet to Dry e Wet to Wet.
Esses conceitos dizem respeito à quantidade de água usada e, principalmente, se o papel estará molhado ou seco durante a pintura. Como o próprio nome sugere:
Wet to Dry (molhado para seco): você pinta com o papel seco.
Wet to Wet (molhado para molhado): a aquarela é aplicada no papel previamente molhado.
A principal diferença está no controle que você tem durante a pintura e no resultado que deseja alcançar.
Se você é iniciante, sugiro começar com a técnica Wet to Dry. Como o papel está seco, é mais fácil controlar as áreas a serem pintadas. Quando o papel está molhado, a aquarela se torna mais "dinâmica", o que pode ser desafiador no início, resultando em cores misturadas e um aspecto confuso. Conforme você ganha confiança, a técnica Wet to Wet pode criar efeitos belíssimos!
Eu, particularmente, prefiro usar Wet to Dry, pois gosto de ter mais controle sobre o desenho, o que combina mais com o meu estilo de colorir. Mas isso não me impede de experimentar e me divertir com Wet to Wet. 😉
Os 3 principais "mitos" da aquarela
Mito número 1 - Eu preciso usar papel de aquarela para pintar?
Sim, o papel de aquarela é necessário, pois suporta a quantidade de água utilizada nessa técnica. Papéis comuns tendem a rasgar ou deformar ao secar.
Se você usar a técnica Wet to Dry e pouca água, pode até utilizar um papel de desenho, mas as chances de deformação são altas. Como blocos de papel para aquarela costumam ser mais caros, sugiro começar com desenhos menores, cortando as folhas ao meio. Assim, em vez de 12 folhas (normalmente a quantidade em um bloco), você terá 24!
Mito número 2 - Não se usa a cor preta em pinturas com aquarela.
Depende. Isso varia conforme o estilo e a abordagem do artista. Eu, por exemplo, uso bastante preto para sombreamento, pois ele dá dimensão aos meus desenhos. Porém, é uma cor que exige cuidado: por ser mais escura, pode manchar o desenho se usada em excesso. Comece com leves camadas e teste em um pedaço de papel antes de aplicá-la. Outra dica é misturá-la com outros tons para escurecê-los, em vez de usar o preto puro.
Mito número 3 - Não é preciso esperar a pintura secar para criar mais camadas.
Mentira! Para obter os melhores resultados, o ideal é esperar o papel secar completamente entre as camadas. Caso contrário, o desenho pode manchar.
Pinte uma camada e deixe secar. Algumas pessoas usam secador de cabelo, mas eu prefiro deixar secar naturalmente. Quanto mais água for utilizada, maior deve ser o intervalo de secagem.
Para saber se o papel está seco, toque-o com os dedos (frente e verso). Se sentir que ele está frio, ainda há umidade, mesmo que pareça seco. Esse cuidado evita manchas e mantém a qualidade da pintura.
Por hoje é isso! Espero que essas dicas te ajudem a aprimorar sua técnica com aquarela. No próximo post, falarei sobre como uso lápis de cor para dar mais destaque aos meus desenhos com aquarela.
Até a próxima!